Bem-Estar Corporativo

Como estruturar um programa de coaching dentro de uma empresa?

3 de nov. de 2016
Última alteração 1 de jun. de 2023

Vivemos um despertar coletivo em que o alinhamento dos valores organizacionais e pessoais se tornou vital para a vantagem competitiva das empresas. É preciso despertar paixão e iniciativa para conectar as pessoas ao trabalho e à sua missão, processo favorecido por meio de um bom programa de coaching.

Você já pensou em implantar esta poderosa ferramenta de transformação dentro da sua empresa? Veja como no conteúdo que preparamos para você!

O que é um programa de coaching?

O programa de coaching consiste em um conjunto de ferramentas e métodos de eficácia comprovada, que tem como foco melhorar a produtividade e performance nos âmbitos pessoal e profissional, revelando o potencial de cada um.

Segundo John Whitmore, um dos principais autores de coaching executivo da atualidade, “coaching consiste em liberar o potencial de uma pessoa para incrementar ao máximo seu desempenho. Em ajudá-la a aprender em lugar de ensiná-la“.

O programa promove um processo de reflexão no sentido de levar sua empresa do ponto onde ela está para o ponto desejado, de forma estruturada e pragmática.

Alguns benefícios do programa de coaching

O processo ajuda a empresa a atingir seus objetivos e crescer por meio de um conjunto de benefícios. Veja alguns deles:

  • profissionais mais orientados para solução de problemas e atingimento de metas e resultados
  • autoconhecimento
  • aumento da produtividade individual e desempenho da equipe
  • mudança de mindset
  • desenvolvimento da empatia
  • melhoria do convívio e relações interpessoais
  • autoconfiança

O programa de coaching nas empresas

O principal objetivo dessa ferramenta é auxiliar o colaborador a crescer e, desse modo, trazer resultados superiores para a companhia na qual trabalha.

Para isso, é vital que o setor de Recursos Humanos, o gestor, o colaborador e o coach (quem dá o coaching) determinem o que será desenvolvido e por quais motivos.

Esse alinhamento é fundamental para que o programa obtenha sucesso e atenda às expectativas de todos os envolvidos.

Se existe um motivo claro e uma necessidade real para implantar um programa de coaching, então, é hora de traçar um plano de ação. Os objetivos que fazem parte do plano devem ser inspiradores para os gestores e colaboradores.

Os objetivos podem ser, por exemplo, formar uma segunda linha de liderança ou então desenvolver competências específicas para o desenvolvimento de novas funções. Outros exemplos de objetivos são rever comportamentos, promover o autoconhecimento e a forma de enxergar o ambiente.

Conhecer claramente a finalidade do programa de coaching é fundamental nessa primeira etapa. É nesse momento também que se deve definir quais são os resultados almejados, em quanto tempo se espera alcançá-los e como serão mensurados. O planejamento deve ser bem traçado, mas com estratégias simples e claras.

A escolha do profissional ideal: o coach

Para ser capaz de ajudar o coachee (quem recebe o coaching) a desenvolver seu propósito maior, despertando a iniciativa, paixão e inspiração, é preciso encontrar um bom profissional. O coach deve ter visão sistêmica, interesse genuíno pelas pessoas, ter a sensibilidade apurada e capacidade de ouvir, além de bom senso e cuidado para expressar suas percepções da melhor forma.

A formação profissional em coaching é imprescindível. Experiência como gestor, vivência na liderança de equipes e formações afins são grandes diferenciais e vão agregar ainda mais à escolha. O tempo de experiência, perfil e número de clientes atendidos, além dos cases de sucesso, podem e devem ser levados em consideração.

Como o termo coaching tem sido largamente utilizado por pessoas que nem sequer têm a formação específica, é preciso checar todos os pontos possíveis para fazer uma boa escolha. O profissional tem certificação nas entidades reconhecidas? Qual é a linha teórica e quais são os valores que o coach tem como pilares?

Ele também pode ser interno ou externo, sendo que a segunda opção normalmente é mais indicada por fornecer mais neutralidade, já que ao não fazer parte da organização o profissional encontrará mais autonomia para conduzir o programa.

Definição da metodologia

O programa de coaching deverá ser personalizado e formatado de acordo com cada caso.

É recomendado que o coach profissional defina essa metodologia baseado em minuciosa observação da cultura organizacional, clima e expectativas da organização. É importante que ele tenha identificação com o time, pois o programa exige envolvimento de ambas as partes. E pra isso é necessário que os colaboradores se sintam confortáveis para expor suas ideias, fraquezas e sentimentos.

Aqui ele deverá conversar com os gestores, colaboradores, realizar pesquisas internas e até mesmo analisar dados organizacionais. Após a análise inicial, o coach e o setor de RH vão estabelecer o número de sessões e sua periodicidade e por quanto tempo durará o programa.

Como definir quem é elegível ao programa

O coaching pode ser útil em praticamente todas as situações e profissionais, mas nem sempre é possível disponibilizar o programa para todos da empresa. Nesse caso, é recomendado agir de forma transparente, deixando claro as razões que tornam o colaborador elegível ou não para participar.

Alguns critérios podem ser a posição hierárquica, o tempo mínimo de empresa e o alcance de indicadores de desempenho. Dessa forma, é possível até mesmo gerar engajamento na equipe, que se sentirá estimulada a participar de programas futuros, gerando assim um ciclo virtuoso na empresa.

Alinhamento de expectativas

Além do alinhamento que foi realizado para definir a razão de ser do programa, existe um novo alinhamento nesta etapa. O intuito é expor as expectativas da empresa em relação ao processo. Normalmente participam dessa reunião inicial RH, coach e coachee.

Como no programa de coaching há um contrato de confidencialidade e código de ética, fica o coach impedido de passar quaisquer informações que são relatadas a ele nas sessões pelo coachee. A empresa e os gestores são terceiros nesse processo e, portanto, não tem direito a acessar as informações.

Análise de resultados

Durante o programa de coaching é importante que o coach relate informações práticas, a exemplo do número total das sessões, cancelamentos e remarcações.

Caso o coachee esteja de acordo, é possível informar os temas gerais que foram conversados nas reuniões, com cuidado para não exceder o que protege o código de confidencialidade.

Ao final de todo o programa de coaching é fundamental realizar uma reunião final, onde empresa, coach e coachee avaliam o desempenho do processo, evolução e alcance dos objetivos que foram traçados. É nesse momento que o coach receberá o feedback e empresa e coachee terão um panorama geral do alcance das metas que foram traçadas.

Considerações finais

O sucesso do programa de coaching é uma combinação de diversas variáveis, que se bem alinhadas, podem gerar excelentes resultados. Ajustes ao longo do programa poderão ocorrer.

É importante que a empresa esteja aberta a esse momento de transformação, onde é importante se adaptar, rever aspectos da cultura e outras necessidades de mudanças que possam surgir.

As empresas crescem por causa das pessoas

A nossa trajetória enquanto seres humanos é de constante crescimento e desenvolvimento, o que nos move e motiva a querermos ser cada vez melhores. O trabalho representa uma ótima fonte de oportunidades de evolução para todos que fazem parte dele.

Ao longo do programa de coaching, é importante que os líderes estejam constantemente reconhecendo os talentos e habilidades de sua equipe, estimulando seus pontos positivos e incentivando para que estes ofereçam sempre o seu melhor.

O líder indiano Debashis Chatterjee, diretor do Indian Institute of Management Kozhikode, diz que “as empresas crescem porque as pessoas as fazem crescer, e as pessoas, por sua vez, crescem dentro das empresas“. Cabe a cada um reconhecer o seu papel na mudança.


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Gympass Editorial Team

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