O workaholic: uma faca de dois gumes para qualquer empresa

15 de fev. de 2022
Última alteração 1 de jun. de 2023

Soa familiar? O workaholic acha que uma semana de trabalho de 60 horas é pouco e uma semana de 80 horas é algo para se orgulhar. Ele nunca aceita tirar folga remunerada e deixa claro para seus gerentes, colegas e clientes que estão disponíveis para atender uma ligação ou responder a um e-mail ou mensagem de texto a qualquer hora, em qualquer lugar. Esse é o workaholic, um rótulo que muitos adotam como se fosse uma medalha de honra. Embora muitas empresas os valorizem (afinal, workaholics tendem a ser muito produtivos), o vício em trabalho é uma faca de dois gumes: você tem alta produtividade, mas o desempenho é menor, por causa da exaustão, do estresse adicional e de outros fatores. 

O que queremos dizer com “workaholic” e “vício em trabalho”

O vício em trabalho é definido como “sentir-se compelido ou obrigado a trabalhar por causa de pressões internas e pensamentos persistentes e frequentes sobre o trabalho quando não se está trabalhando e trabalhar além do que é razoavelmente esperado”. 

Nos últimos anos, o vício em trabalho tem recebido maior atenção. Um estudo recente descobriu que “o vício em trabalho aumenta o desempenho por causa da maior carga de trabalho, mas também diminui o desempenho devido ao aumento da exaustão emocional”. A explicação é que os workaholics não apenas “trabalham demais”, como também:

  • Não conseguem se desconectar do trabalho, mental ou fisicamente.
  • Vivenciam uma ativação prolongada do sistema nervoso e da resposta ao estresse, o que eventualmente afeta o corpo.
  • Não tiram um para se descansar após o trabalho, o que é necessário para evitar a fadiga. 

Todas as pessoas ao redor do workaholic sofrem

Essas consequências negativas se estendem além do indivíduo: seus relacionamentos também sofrem, no que se chama de “efeito transbordamento”. A natureza compulsiva do vício em trabalho pode se estender do trabalho para a casa, o que impede que os workaholics se desconectem física e mentalmente do trabalho. O resultado disso: eles acabam dedicando mais tempo e energia ao trabalho do que à família e aos amigos.

Outro estudo descobriu que um dos principais fatores que geram esses efeitos negativos na saúde e nos relacionamentos é a carga de trabalho que a pessoa antecipa. Ou seja, se alguém vai trabalhar acreditando que terá muito o que fazer, é provável que aumentem seus sentimentos e pensamentos compulsivos em relação ao trabalho. Isso, por sua vez, levará ao aumento da exaustão, à fadiga e ao efeito transbordamento. 

O que o RH pode fazer

Como as empresas podem ajudar seus colaboradores workaholics sem deixar de valorizar as contribuições deles? 

  1. Ajude os colaboradores a priorizar as tarefas diárias.
  2. Incentive os colaboradores a evitar levar trabalho para casa.
  3. Crie um ambiente de trabalho que favoreça o equilíbrio entre a vida profissional e a pessoal: incentive a prática de exercícios, o respeito aos compromissos sociais, o uso de folgas remuneradas e o tempo com a família e os amigos.
  4. Incentive os colaboradores a fazer pausas ao longo do dia. Você também pode separar um tempo para que todos os membros da equipe parem de trabalhar e se concentrem no cuidado pessoal.
  5. Desenvolva um ambiente de colaboração que ofereça oportunidades de delegar trabalho, ter uma comunicação aberta com os supervisores e colegas e definir limites que reduzam as distrações. 
  6. Se um membro da equipe estiver com problemas, incentive-o a procurar ajuda externa na forma de aconselhamento ou outras formas de intervenção

O workaholic pode ter boas intenções, mas o vício em trabalho faz mais mal do que bem, tanto para o indivíduo como para a organização. Encontrar formas de canalizar essas intenções para uma vida profissional mais equilibrada trará benefícios significativos para todos.


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Gympass Editorial Team

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